terça-feira, 30 de novembro de 2010

Natal uma Alegria Passageira ?

Voices... Noite de Paz

Num mundo de conflitos e violência diária, no qual o homem a cada dia se revela seu pior predador, o Natal se apresenta como um tempo de trégua, o armistício tão desejado num momento de guerra. Mesmo que apenas uma vez ao longo dos dias que compõem o ano, algumas pessoas conseguem parar e refletir sobre suas vidas embaladas no clima natalino de paz e fraternidade.

Salomão com a sua sabedoria afirmou que tudo tem seu tempo. E é nesse tempo que podemos desacelerar, reduzir a velocidade dos nossos dias tão conturbados em busca, às vezes, de objetivos irreais e inalcançáveis, e fitar nossos olhos em outras paragens. No Natal devemos mudar de janela! É a oportunidade de enxergarmos o mundo sob uma outra óptica, uma outra visão, a visão de Cristo.

Para nós, o Natal é a promessa renovada, a esperança reacendida da presença encarnada de Deus entre nós. O advento é o momento de espera da vinda do Salvador do mundo, aquele que transformou as estruturas e conceitos, aquele que mudou de forma radical a nossa percepção da vida e da nossa existência, um marco, um divisor de águas. Jesus deixou para todos nós uma mensagem indelével nos nossos corações; uma alternativa possível à nossa experiência de vida limitada e pobre espiritualmente. O apóstolo Paulo percebe a dimensão do que Deus reservou para nós e nos anima na sua carta aos Coríntios (2:9):

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem aquilo que Deus preparou para os que o amam”

Com Cristo aprendemos que a alegria do Natal não é efêmera, pois a sua presença entre nós é real e constante. A alegria do Cristão extrapola limites do calendário e se estende no seu dia-a-dia. Não apenas no Natal, mas todos os dias do ano são oportunidades para exercermos a nossa solidariedade, esse gesto tão significativo que consolida o nosso amor ao próximo, e nos alegrarmos no Senhor.

A mensagem do Natal pode ser traduzida em amar a Deus com a toda a expressão das nossas emoções e sensações sem deixar, porém, a nossa razão alienada e sem excluir a nossa vontade e percepção da realidade; e estender as nossas mãos a todos aqueles que estão excluídos e à margem da justiça social. O menino Jesus nasceu para todos.

Feliz Natal!

Rev. Teo Leite Catedral Anglicana da SS Trindade - Recife

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