quinta-feira, 10 de março de 2011

100 ANOS : DIA INTERNACIONAL DA MULHER



Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! (Mateus 15:28)

O Dia Internacional da Mulher completa 100 anos, neste 2011. A origem da data ás vezes é erroneamente associada com o incêndio provavelmente criminoso em uma fábrica de operárias em Nova Iorque em 1911, mas a primeira manifestação organizada desta data que se tem notícia ocorre na Rússia, nas históricas manifestações por “Pão e Paz”, que acabaram deflagrando a Revolução Leninista de 1917. Na gênese dessa data histórica, outros movimentos de reivindicação de direitos em toda a Europa apontam para uma espécie de monopólio ideológico do materialismo laico que, hoje, tem tido bastante êxito em associar sua identidade às conquistas da civilização. Tanto assim é que, para a maioria das pessoas, a religião de um modo geral, e o Cristianismo em particular, está associada ao atraso e ao obscurantismo, enquanto o progresso seria resultado exclusivo da ciência, liderada por um certo saber laico, materialista e anti-religioso.

Entretanto, o fato de esta idéia ser hoje quase onipresente na mídia, nas artes e noutras formas de expressão, não significa que seja verdade. Ao contrário do que ensina nossa übercultura pós-moderna, a fé preconizada por Jesus Cristo sempre foi uma força de inclusão e tolerância, que teve como uma de suas marcas mais distintivas o tratamento dispensado à mulher.

Se Jesus Cristo retornasse hoje à terra, talvez seria obrigado a desautorizar muitos que usam seu nome para oprimir cultural e socialmente as mulheres. Ele, que como Filho de Deus, deveu seu surgimento entre os homens à uma mulher chamada Maria, que aceitou ser a mãe do Salvador (você leu bem: aceitou, não foi forçada a obedecer a um Deus insensível). É este pregador Galileu que, anos mais tarde, na sua primeira grande pregação doutrinária, proíbe o repúdio e o abandono social das mulheres, sempre a parte do casal que mais sofria em um divórcio (Mt 5:32).

Jesus agia de forma radicalmente diferente dos rabinos do seu tempo, que não podiam sequer dirigir palavra a uma mulher. Ao contrário, Cristo sempre tratou-as com especial atenção: a mulher do fluxo de sangue (Mt 9:20), a mulher cananéia (Mt 15:28), a prostituta que ungiu seus pés (Mc 14:3), a samaritana junto ao poço de Jacó (Jo 4:7), a mulher flagrada em adultério e perdoada (Jo 8:3) e Maria de Magdala, a ex-prostituta, a primeira pessoa a ver Jesus ressuscitado (Jo 20:11-18), portanto a primeira evangelista da história. O Novo Testamento, escrito por judeus que vinham de uma cultura fortemente machista, não puderam deixar de registrar os atos de um Messias que veio para libertar todos os cativos e oprimidos, e isto incluiu, sim, as mulheres de seu tempo.

Onde quer que a mensagem de Jesus tenha chegado, uma das conseqüências imediatas era o fato de as mulheres reconhecerem seu próprio valor. Sua mensagem impulsionou mulheres da Bíblia como Dorcas (At (9:39), Maria mãe de João Marcos (At 12:12), Lídia (At 16:15), Priscila (At 18:2), e mais recentemente, outras que encontraram nos ensinos de Jesus a motivação para tocar multidões, como as católicas Tereza de Ávila (1515-1582) e Tereza de Calcutá (1910-1997), a protestante Suzana Wesley (1669-1742) as pentecostais Kathryn Kuhlman (1907-1976) e Aimée Semple McPherson (1890-1944) e a ativista negra Rosa Parks (1913-2005), dentre tantas outras que ainda mudam o mundo, anonimamente, todos os dias.

Há ainda um longo trajeto a percorrer na busca da igualdade de direitos, mas os valores da mensagem de Cristo, o maior feminista de todos os tempos, ainda continuam mostrando o caminho.

Deus te abençoe abundantemente.

Pr. Cláudio Moreira

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