segunda-feira, 7 de maio de 2012

ESTUDO BÍBLICO: APOCALIPSE


Apocalipse, a Revelação de Jesus Cristo

LEITURA BÍBLICA 
Apocalipse 1.1-8.


                        Tumulo do Apóstolo João
                      
I. O LIVRO DO APOCALIPSE
1. Apocalipse, o único livro profético do NT. Embora haja profecias em quase todos os livros do Novo Testamento, somente o Apocalipse pode ser considerado um documento rigorosamente profético. Aliás, até o seu título é profético. Em grego, Apocalipse denota a remoção do véu da ignorância e da escuridão pela transmissão da luz e do conhecimento (Lc 2.32). Apocalipse faz parte do que é conhecido como “literatura apocalíptica”; assim como porções de Ezequiel, Daniel e Zacarias contém visões com muitos elementos simbólicos. O Livro do Apocalipse retrata todo o processo de consumação redentora da humanidade através de figuras de linguagens e simbolismos dramáticos. Seu estilo literário é a apocalíptica judaica. A expressão literatura apocalíptica, no entanto, desagrada a alguns estudiosos por causa de sua ambiguidade. A própria expressão está baseada na palavra grega que significa ‘revelação’ (apokalypsis). Um apokalypse é uma revelação recebida através de uma visão, de um sonho, de uma viagem celestial ou (em alguns casos) de um mensageiro angelical. Acompanhando esse conceito, o livro de Apocalipse é um apokalypse, isto é, contém uma série de visões (Ap 9.17; 13.1; 21.2; 22.8), uma viagem celestial (4.1) e um mensageiro angelical (1.12ss; 10.1,8,9; 17.3,7,15; 22.8,16). Contém, também, uma escatologia apocalíptica, como aparece em uma série de outras passagens bíblicas (por exemplo: Is 24-27; 55-66; Ez 37-48; Dn 7-12; Jl [1-3]; Zc 14; Mt 24; Mc 13), mas o termo é demasiadamente controvertido e complicado para que possa ser definido através de uma ou duas frases.

2. Um livro de advertências e consolações. O Apocalipse pronuncia não só juízo sobre os incrédulos, mas também bênçãos sobre os crentes. Espera-se que obedeçam as palavras desta profecia, e como o tempo está próximo, o chamamento à obediência se torna urgente, não fazendo referência a um período histórico específico (1.3). Aliás, o fato de ser ordenado aos crentes guardar os mandamentos do livro de Apocalipse, indica tratar-se de um livro prático, com ensinos morais, e não apenas de caráter profético.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O Apocalipse é o único livro profético do Novo Testamento. Ele serve tanto de advertência como de consolação à Igreja de Cristo.

II. AUTORIA, DATA E LOCAL
1. Autoria. O autor se refere a si mesmo por quatro vezes como João (Ap 1.1, 4, 9; 22.8). João, filho de Zebedeu, era tão bem conhecido por seus leitores e sua autoridade espiritual era tão amplamente reconhecida que ele não precisou estabelecer suas credenciais. A antiga tradição eclesiástica, já no século II d.C., com Justino Mártir, Irineu e outros, atribuem unanimemente este livro ao apóstolo João, o mesmo autor do quarto evangelho e três das sete epístolas universais. No entanto, no século III, Dionísio, bispo de Alexandria, comparando o estilo e os temas de Apocalipse com o evangelho de João, concluiu que os dois devem ter tido autores diferentes. As evidências históricas e internas do livro apontam João como o seu autor.

2. Data. O Apocalipse foi escrito durante uma época de dura perseguição, provavelmente perto do final do reino do imperador romano Nero (54-68 d.C.) ou durante o reinado de Domiciano (81-96 d.C.). A maioria dos estudiosos acreditam que a data mais correta seria em torno de 95 d.C. A Bíblia de Estudo Pentecostal apresenta no texto introdutório a Apocalipse, que “Irineu verifica que Policarpo (Irineu conheceu a Policarpo, e este conheceu o apóstolo João) referiu-se a João, escrevendo o Apocalipse perto do fim do reinado do cruel e desapiedado Domiciano”, que em nada diferia de Nero e de Calígula, os dois mais odiados, perversos e sanguinários governantes de Roma.
3. Lugar. João escreveu o Apocalipse em Patmos (Ap 1.9). Trata-se de uma pequena ilha da Grécia, de dimensões de 16 por 10 Km. Localizada a cerca de 80 quilômetros a sudoeste de Éfeso, no mar Egeu. Vulcânica e sem árvores, era utilizada pelo império como colônia penal destinada a pessoas consideradas perigosas à boa ordem, onde os prisioneiros eram submetidos a trabalhos nas pedreiras de granito.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
João, filho de Zebedeu, apóstolo do Senhor, é o autor do Livro de Apocalipse. Este foi escrito entre os anos 90 e 96 d.C, na Ilha de Patmos.

III. APOCALIPSE, O LIVRO PROFÉTICO DO NT
1. Tema do Apocalipse. “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1.1). Este livro trata das coisas que em breve devem acontecer, porque o tempo está próximo (22.7, 10, 12, 20). Breve aqui não é imediatamente, mas pronto. Deus não mede o tempo como nós (2Pe 3.10). Ninguém sabe o tempo da volta de Cristo, por isso, precisamos estar preparados. O tema do livro de Apocalipse é a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás e seus seguidores (17.14). A intenção do livro é mostrar que as coisas não são como parecem ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a igreja, a noiva do Cordeiro, triunfará. Cristo é apresentado como vencedor e conquistador (1.18; 5.9-14; 6.2; 11.15; 19.9-11; 14.1, 14; 15.2-4; 19.16; 20.4; 22.3). Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, a Babilônia e os ímpios. A igreja perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio, é vencedora (7.14; 22.14; 15.2). Os juízos de Deus mandados para a terra são uma resposta dele às orações dos santos (8.3-5).
2. Divisões do Apocalipse. Assim podemos distribuir o conteúdo do livro: 1) “As coisas que tens visto”: a visão do Cristo glorificado no meio dos sete candelabros (cap. 1); 2) “as que são”: as cartas enviadas por Jesus, por intermédio de João, às sete igrejas da Ásia Menor (caps. 2 e 3); 3) e as coisas “que depois destas hão de suceder”: a ascensão do Anticristo, a Grande Tribulação, o Milênio, o Julgamento Final e a inauguração da Jerusalém Eterna e Celeste (caps. 4-21).

No Dicionário de Profecia Bíblica (CPAD), encontramos outras informações acerca da estrutura do Apocalipse: “O conteúdo do livro pode ser dividido em oito partes: 1) As sete cartas às igrejas da Ásia Menor (1-3); 2) Os sete selos (4.1 a 8.1); 3) As sete trombetas (8.2 a 11); 4) As sete figuras simbólicas - a mulher vestida de sol, o dragão, o menino, a besta que saiu do mar, a besta que se levantou da terra, o Cordeiro no monte Sião e o Filho do Homem sobre a nuvem; 5) O derramamento das sete taças (15, 16); 6) A condenação eterna dos ímpios (17-20); 7) As glórias da Nova Jerusalém (21-22.5);  Epílogo (22.6-21)”.
3. Objetivos do Apocalipse. O objetivo do livro de Apocalipse é tirar o véu de Jesus Cristo a todos, ou seja, este livro é a plena revelação de Jesus Cristo em sua glória e poder. “… que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer…” O livro de Apocalipse não somente revela a Jesus Cristo, mas também enfatiza os acontecimentos que estão ainda por vir. “… e que ele, enviando por intermédio de seu anjo, notificou…” Jesus envia a revelação a João através de seu anjo. Este texto deixa claro o desejo de Jesus em revelar o futuro da humanidade. Este texto também é a prova de que o livro de Apocalipse deve ser interpretado literalmente, ao contrário do que dizem os eruditos.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O tema do Apocalipse é: “Revelação de Jesus Cristo das coisas que brevemente acontecerão”.

IV. A LEITURA DO APOCALIPSE
1. A produção de livros no período do Novo Testamento. O livro, na época de João, era um produto dispendioso e caro. Trabalhando cada obra artesanalmente, os escribas, sempre ciosos de sua profissão, cobravam pelo serviço um preço nada módico. Somente os ricos podiam sonhar com um livro à cabeceira. Os manuscritos do Novo Testamento foram produzidos em papiros ou pergaminhos. O papiro era produzido com uma espécie de caniço com caule triangular, da família das ciperáceas, da grossura de mais ou menos um braço e de 2,5 m a 5 m de altura, cortadas em finas talas e colocadas em camadas cruzadas formando uma trama, esta trama formavam as folhas que, fixadas umas após outras e enroladas em torno de uma vara formando um rolo, em grego, biblos (de onde temos o termo Bíblia). Os papiros do Novo Testamento são os mais antigos documentos de base que possuímos e em sua maioria datam do século III d.C. Já o pergaminho era produzido com peles de animais, tratada e cortada em folhetos (o termo tem sua origem em Pérgamo). Sua arrumação formava um volume (gr teuchos) de onde temos o termo Pentateuco – o grupo dos cinco primeiros livros da Bíblia atribuídos a Moisés. Pergaminhos do Novo Testamento datam somente do século IV no máximo, mas apresentam-nos, geralmente, textos completos do Novo Testamento.

2. A leitura das Escrituras Sagradas. Na liturgia judaica das sinagogas, que tiveram origem no exílio da Babilônia, no século VI a.C. e substituiu aos poucos o culto do Templo, a leitura em voz alta era o clímax do culto, e muito concorreu para que o texto bíblico se tornasse familiar aos judeus. A fé protestante não admite nada além da Bíblia que possa servir como texto de culto. A Bíblia é fonte única de fé e base para a elaboração doutrinária. O famoso lema “Sola Scriptura” (Somente as Escrituras), denota a supremacia bíblica sobre outros elementos importantes da vivência cristã no mundo evangélico. Assim, para o protestante, a Bíblia é a máxima autoridade religiosa. Todo o resto se encontra subordinado a ela. Por esta razão, Lutero, Calvino, Bucer, Zuínglio e todos os demais reformadores desenvolveram uma sólida teologia bíblica.

3. A liturgia da Palavra. A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras Bíblicas e pelo sermão, onde entendemos que Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelo ouvir, o crente se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé. A fé vem pelo ouvir. O Espírito Santo age convencendo o não salvo do pecado da justiça e do juízo, e este acolhe o evangelho e sofre as transformações. No salvo a Palavra de Deus produz santificação (1Ts 5.23) e a purificação permanente (1Pe 1.23). Devemos entender que orientar-se pela Palavra de Deus é orientar-se pelo que há de mais seguro no universo. Ouvir, ler e meditar na Palavra de Deus é sustentar-se no eterno (Mt 24.35).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A leitura do Apocalipse é uma bem-aventurança para aquele que lê e guarda a sua mensagem.

(III. Conclusão)
Este livro é claro para uns e misterioso para outros. Os seus símbolos são janelas abertas para os salvos e fechadas para os ímpios. Ele é o clímax da Bíblia. Tudo que começou em Gênesis irá se completar e se consumar em Apocalipse. Jesus é o Alfa e Ômega; tudo o que ele inicia, ele conclui gloriosamente. Que ninguém venha a menosprezar o Apocalipse, porque o povo de Deus necessita da mensagem que ele contém. Ele deve ser lido nas igrejas em voz alta, em culto público (1.3). É a Palavra de Deus que descobre o nosso homem interior, que é viva (Hb 4.12). Tomemos hoje o propósito de ouvi-la, de lê-la e de anunciá-la.


Fonte:www.ebdweb.com.br

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