sábado, 1 de janeiro de 2011

EVOLUCIONISMO OU CRIACIONISMO II Parte

Este texto foi extraído do trabalho sobre “Evolucionismo e Criacionismo” apresentado no curso de Bacharel em Teologia do Instituto Bíblico das Assembléias de Deus no Triângulo Mineiro na disciplina “Doutrina de Deus” e será dividido em partes.

Parte II

A organização da Igreja na Idade Média

O triunfo do cristianismo contribuiu para forte religiosidade que marcou a mentalidade medieval. Foi nessa época que a Igreja começou a organizar-se, com o objetivo de zelar pela homogeneidade dos princípios da religião cristã e promover a conversão dos pagãos.

O Concilio de Nicéia, ocorrido em 325 e presidido pelo Imperador Romano Constantino, foi fundamental para organização da igreja cristã e sua união com o estado romano. Os bispos reunidos em Nicéia definiram a doutrina oficial da igreja, que seria pregada e defendida pela instituição a partir da qual se iniciaria o combate às dissidências.

Até o século V completou-se o processo de hierarquização da igreja; na base da pirâmide, os padres nas dioceses, acima destes, os bispos das províncias; depois os arcebispos das capitais provinciais; e finalmente os patriarcas, bispos das principais cidades do Império Romano (Roma, Constantinopla, Jerusalém, Alexandria). Em meio á fragmentação do império e á decadência do poder dos imperadores, em 455, o bispo de Roma assumiu a chefia de toda a cristandade ocidental, proclamando-se papa, com o nome de Leão I.

Presentes em todos os níveis de uma sociedade marcada pela religiosidade, os membros da igreja medieval cimentaram valores como a passividade e a subordinação dos homens comuns perante o Senhor, tanto o senhor espiritual, encarregado de proteger as almas, quanto o senhor feudal da terra, que protegia os corpos.

O poder da Igreja, portanto não estava restrito ao plano espiritual, por mais importante que este fosse para as sociedades medievais; também era temporal. Isso porque a igreja pouco a pouco foi se transformando na maior proprietária de terras da idade média e construindo fortes vínculos com a estrutura feudal.

Além dos territórios diretamente controlados pelo papa (o Patrimônio de São Pedro), o alto clero (bispos, arcebispos, abades) e várias ordens religiosas, dispunham de muitos feudos. O celibato clerical, criado no inicio da idade média, contribuía, além disso, além disso, para manutenção do patrimônio eclesiástico feudal, ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero.

O crescente apego de muitos membros do clero á terra e aos bens materiais acabou, gerando reações dentro da própria igreja. Surgiram ordens religiosas que buscaram afastar seus membros das tentações do mundo, por meio de isolamento em mosteiros e abadias e de votos de castidade, pobreza, silêncio entre outros. Um ingrediente poderoso na crise religiosa que se delineava foi a desmoralização do clero. Os abusos e o poder excessivo de seus membros (do alto e do baixo clero) suas pregações moralizadoras. Embora condenassem a usura e desconfiassem do lucro, os membros da igreja, praticavam de forma desenfreada. O comércio dos bens eclesiásticos, o uso da autoridade para garantir privilégios, o desrespeito ao celibato clerical até a venda de cargos eclesiásticos não eram raros na Igreja desde o final da Idade Média. O maior escândalo talvez fosse a venda de indulgencias, isto é, do perdão dos pecados cometidos pelos fieis em troca de pagamentos religiosos (incluindo o papa).

Em pleno Renascimento, as criticas à instituição clerical foram-se tornando comuns e ás vezes, bastante intensas, como nas obras de Thomas Morus e Erasmo de Roterdam. Estes pensadores pregavam mudanças no interior da igreja, visando combater a desmoralização do clero e buscar uma adaptação aos novos tempos.

O grande rompimento iniciou-se na Alemanha, onde a igreja era muito poderosa, possuindo um terço do total de terras. A nobreza estava ansiosa por diminuir a influência da instituição, além de cobiçar suas propriedades, o que estimulou ainda mais o rompimento.

A Reforma teve inicio com Martinho Lutero (1483 – 1546), membro do clero e professor da Universidade de Wittenberg. Critico, pregava a teoria agostiniana da predestinação, negando os jejuns e outras praticas comuns apregoadas pela Igreja. Em 1517, o monge insurgiu-se contra a venda de indulgencias e em 1521, na qual o monge Lutero foi considerado herege. Acolhido por parte da nobreza, Lutero passou a dedicar-se a tradução da bíblia do Latim para o alemão e a desenvolver os princípios da nova corrente religiosa, a doutrina Protestante.


A VENDA DE INDULGÊNCIAS: FILME "LUTERO"

Renascimento; abertura de pensamento cultural e religioso

Durante a Idade Média, a fé era vista do ponto de vista da igreja, que manipulava o conhecimento de Deus, da bíblia e da ciência. Durante o período conhecido como renascimento, acontece uma abertura de pensamentos. O renascimento traz novas ideias, filosofia, e a igreja, que era considerada porta voz da bíblia e da vontade de Deus, cometeu vários atos de abuso de poder em todos os níveis, inclusive na ciência.

A consolidação do capitalismo comercial sustentou-se no fortalecimento cada vez maior da burguesia, que passou a ter um papel decisivo na definição dos rumos políticos, religiosos e culturais na Europa.

O Renascimento pode ser caracterizado como uma tendência cultural laica (isto é, não eclesiástica), racional e cientifica que se estendeu dos séculos XV e XVI. Inspirando-se na cultura greco-romana, rejeitando os valores feudais, considerando o período medieval como “idade das Trevas”.

O elemento central do renascimento foi o “humanismo”, no sentido da valorização do ser humano, criação privilegiada de Deus. Daí surge o “antropocentrismo”, ou seja, a idéia de que o homem se encontra no centro do universo. Opõe-se ao teocentrismo medieval, que tinha Deus como o centro de todas as coisas e enxergava o homem ser inferior, corrompido pelo pecado.

Teorias Equivocadas defendidas pela Igreja

Através dos séculos a igreja passou por grandes transformações, durante a Idade Média (Idade das trevas, período de escuridão) a fé era vista pelo ponto de vista da igreja. A igreja manipulada o conhecimento de Deus, apenas poucos padre conheciam a bíblia, inclusive Lutero foi conhecer o Novo Testamento após ter sido ordenado como padre, e fazendo pós-graduação em um seminário na Alemanha.

A igreja católica era única e as pessoas ao ouvirem a opinião da igreja, acreditavam que estavam ouvindo a opinião de Deus. A discussão entre a fé e a ciência tem inicio durante o renascimento, e permanece até os dias atuais, passando por vários conflitos, sobre a maneira de compreender o mundo natural e de explicar os fenômenos que nele ocorrem teve um formidável desenvolvimento, que ficou conhecido como revolução cientifica.

Desde então, as explicações fornecidas pela ciência têm entrado em conflito com as interpretações literais das descrições bíblicas sobre a natureza.

Teoria heliocêntrica, segundo a qual a Terra e os demais planetas se moviam em torno do sol, foi defendida pelo sacerdote e astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543) que refutou a teoria geocêntrica (que concebia a Terra como centro fixo em torno do qual giravam os demais corpos celestes, teoria defendida pela igreja). Galileu Galilei (1564-1642) que defendeu a teoria heliocêntrica chegou a ser acusado de herege pela Inquisição e para se livrar da pena de morte, negou publicamente suas convicções. Somente em 1992 é que a igreja reconheceu esse erro e se retratou oficialmente, com o pedido de perdão.

O formato do planeta também foi questionado, pois a igreja defendia a teoria que a terra era plana, pois estava escrito na bíblia sobre os quatro cantos do universo, mas as expedições navais comandadas por portugueses e espanhóis desmistificaram esta teoria, Américo Vespúcio, saindo da Espanha deu a volta ao globo e chegou ao mesmo ponto.

Se o planeta Terra fosse plana, isso não aconteceria nunca. Após esta experiência concluíram empiricamente que a Terra era circular e que a teoria defendida pela igreja estava equivocada. Apesar de todos os avanços científicos, até meados do século XIX predominou no mundo ocidental o criacionismo, teoria segundo a qual todas as espécies vivas foram criadas por ato divino, tal e qual se apresentam hoje. De acordo com a teoria criacionista, o número de espécies foi determinado por Deus no momento da criação.

A partir de meados do século XIX ganhou força a ideia de que seres vivos se modificaram ao longo do tempo, com novas espécies surgindo a partir de espécies ancestrais que deixaram de existir. Estabelecia-se assim, a base para a teoria evolucionista, ou evolucionismo.

Apesar de o criacionismo e o evolucionismo buscarem explicações para a origem dos seres vivos, há uma diferença fundamental entre as duas teorias; o criacionismo não é cientifico, pois se baseia em um conjunto de dogmas, isto é, verdades consideradas inquestionáveis, que não admitem alternativas de interpretação. A visão cientifica por outro lado, parte do principio de que não há verdades inquestionáveis e que sempre existe a possibilidade de uma explicação considerada verdadeira estar errada. Para a ciência, a única maneira de validar ou refutar uma hipótese é submetê-la continuamente a testes rigorosos.

As ideias atualmente aceitas pela ciência são aquelas que, depois de testadas exaustivamente, não foram refutadas. Mesmo assim, as explicações cientificas nunca são consideradas verdades absolutas; elas são aceitas enquanto existirem motivos para se duvidar de sua verdade, isto é, enquanto não forem refutadas pelos testes. A teoria da evolução vem resistindo a todos os testes a que tem sido submetida, sendo a única explicação racional e coerente para o conjunto de fatos sobre a vida em nosso planeta.

Criacionismo é o nome dado à teoria que justifica a origem do universo e da vida através de Deus. Essa teoria foi baseada no livro de Gênesis encontrado na Bíblia. A palavra Bíblia vem do grego, ela significa "coleção de livros". Nela contém a história da Salvação, desde a criação do mundo feita por Deus até as profecias da Segunda vinda gloriosa de Jesus, o Filho de Deus. Podemos, para um melhor entendimento, caracterizá-la como uma "grande carta" enviada por Deus à todos os seus filhos. Nesta carta contém o Plano que Deus preparou para cada um de nós.

A Bíblia foi escrita durante muitíssimo tempo (aproximadamente 1.500 anos A.C). Seu início ocorreu antes da vinda de Cristo, com as chamadas "traduções orais", que vem a ser as histórias que uns contavam a outros. Por volta de muito tempo atrás, os chamados escribas decidiram "passar para o papel" essas histórias. Com isso, pouco a pouco, a Bíblia foi sendo formado, cerca de 40 autores humanos diferentes escreveram a Bíblia. Os autores foram reis, pescadores, sacerdotes, oficiais do governo, fazendeiros, pastores e médicos. De toda essa diversidade surge uma unidade incrível, com temas em comum por todo o seu percurso.

A unidade da Bíblia deve-se ao fato de que, essencialmente, ela tem um Autor: Deus. A Bíblia é “Inspirada por Deus”. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça. (2 Timóteo 3:16). Os autores humanos escreveram exatamente o que Deus queriam que escrevessem, e o resultado foi a perfeita e santa Palavra de Deus. As palavras do SENHOR são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes (Sl 12:6). Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. (2 Pe 1:21).

A Bíblia terminou de ser escrita por volta do ano 100 d.C., com o Apóstolo João (que escreveu o Apocalipse). A Bíblia foi escrita por várias pessoas, mas foi inspirada unicamente por Deus. O Pai usou de pessoas como instrumentos seus para transmitir a sua mensagem.

O criacionismo utiliza a bíblia como única fonte de explicação da criação do homem, como podemos contatar no capitulo de Genesis: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn1:26.27).

No primeiro capitulo de Genesis, chamado de “A criação do Universo e da raça humana”, descreve como Deus criou tudo;

  • No primeiro dia houve a separação entre a luz e as trevas;
  • No segundo dia houve a separação entre as águas e a terra seca;
  • No terceiro dia houve a criação da vegetação;
  • No quarto dia houve a criação do Sol, da Lua e das Estrelas;
  • No quinto dia houve a criação das aves e répteis;
  • No sexto dia houve a criação dos animais e do homem.

Depois eu continuo....

Um comentário:

  1. Ótimo artigo! Que você continue trazendo mais informações para seus leitores. Fique com Deus!

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