ESMIRNA, A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR
Igreja de Esmirna
LEITURA
BÍBLICA:
Apocalipse
2.8-11.
INTRODUÇÃO
A Igreja de Cristo
está sendo impiedosamente perseguida. Embora localmente pareça tranquila,
universalmente está sob fogo cerrado. A perseguição não é apenas física. Os
santos são pressionados tanto pela cultura, quanto pelas instituições de um
século que, por jazer no maligno, repudia e odeia os que são luz do mundo e sal
da terra.
Esmirna é o emblema
da igreja mártir. Se Laodiceia é a cara do mundo, Esmirna é o rosto do Cristo
humilhado e ferido de Deus. Por isso, devota-lhe o mundo uma aversão insana e
inexplicável. Mas como calar a voz daqueles, cujo sangue continua a clamar ao
Juiz de toda a terra? Seu testemunho não será silenciado. Haverá de erguer-se
tanto dos túmulos como dos lábios que se abrem com mansidão, para mostrar as
razões da esperança cristã.
Compartilhemos o
testemunho de Esmirna. Mesmo pressionada pelo inferno, soube como manter-se nas
regiões celestiais em Cristo Jesus.
I.
ESMIRNA, UMA IGREJA MÁRTIR
1. Esmirna, uma
cidade soberba. A cidade de Esmirna, apesar de inferior a Éfeso e de não
possuir os atrativos de Laodiceia, ufanava-se de ser a mais importante da
região. Afinal, tinha lá as suas vantagens. Localizada na região sudoeste da
Ásia Menor, era também afamada por seu porto e pela mirra que produzia.
Utilizada na conservação de cadáveres, a essência era obtida espremendo-se a
madeira da commiphora myrrha. Não é uma figura perfeita para uma igreja confessante
e mártir?
2. A igreja em
Esmirna. Informa Lucas que, durante a estadia de Paulo em Éfeso, toda a Ásia
Menor foi alcançada pelo Evangelho: “E durou isto por espaço de dois anos, de
tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor
Jesus, tanto judeus como gregos” (At 19.10). Infere-se, pois, tenha sido a
igreja em Esmirna estabelecida nesse período. Conquanto plantada numa cidade
opulenta, ela era pobre, mas ricamente florescia em Deus (Ap 2.9).
Um dos mais notáveis
bispos de Esmirna foi Policarpo (69-155 d.C). Diante do carrasco romano, não
negou a fé em Cristo.
3. Esmirna,
confessante e mártir. A igreja em Esmirna era confessional e mártir.
Professando a Cristo, demonstrava estar disposta a sustentar-lhe o testemunho
até o fim; sua fidelidade ao Senhor era inegociável (Ap 2.10). Como está a
nossa confissão nestes tempos difíceis e trabalhosos?
II.
APRESENTAÇÃO DO MISSIVISTA
A uma igreja ameaçada
no tempo, apresenta-se Jesus como a própria eternidade: “Isto diz o Primeiro e
o Último, que foi morto e reviveu” (Ap 2.8). Nem a morte pode separar-nos do
amor de Deus (Rm 8.35).
1. O Primeiro e o
Último. Sendo Jesus o Primeiro, todas as coisas foram criadas por seu
intermédio. Sem Ele nada existiria, porque Ele é antes de todas as coisas (Jo
1.1-3). Por isso, o Senhor lembra ao anjo da Igreja em Esmirna que tudo estava
sob o seu controle. Até mesmo os que lhe moviam aquela perseguição
achavam-se-lhe sujeitos; tudo era criação sua. Aliás, o próprio Diabo estava
sob a sua soberania, pois também era criatura sua, apesar de reivindicar
privilégios de criador (Ez 28.14,15).
Sendo também o
Último, Jesus estará na consumação de todas as coisas como o Supremo Juiz (Jo
5.27; Rm 2.16; 2 Tm 4.1). Portanto, os que se levantavam contra Esmirna já
estavam julgados e condenados, a menos que se arrependessem de suas más obras.
2. Esteve morto e
tornou a viver (Ap 2.8). Conforme Jesus antecipara ao pastor de Esmirna, o
Diabo estava para lançar algumas de suas ovelhas na prisão, onde seriam postas
à prova (Ap 2.10). Todavia, nada deveriam temer, pois ao seu lado estaria
Aquele que é a ressurreição e a vida (Jo 11.25). Somente Jesus tem autoridade
para fazer-nos semelhante exortação, pois somente Ele venceu a morte e o
inferno.
Não desejava o Senhor
Jesus que o anjo de Esmirna temesse aqueles, cujo poder limita-se a tirar-nos a
vida física, mas aquele que, além de nos ceifar a vida terrena, tem suficiente
autoridade para lançar-nos no lago de fogo (Mt 10.28). Por conseguinte, o
martírio daqueles santos iria tão somente antecipar-lhes a glorificação ao lado
de Cristo.
III. AS CONDIÇÕES DA
IGREJA EM ESMIRNA
1. Tribulação (Ap
2.9). O anjo da igreja em Esmirna sabia perfeitamente que a tribulação é um
legado que recebemos do Senhor Jesus: “Tenho-vos dito isso, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”
(Jo 16.33). Tranquilizado por essa promessa, o pastor de Esmirna refugiava-se
na paz que excede todo o entendimento (Fp 4.7). Roguemos, pois, ao Senhor que
console os que, neste momento de suprema provação, estão selando a fé com o
próprio sangue. Oremos pelos mártires do século XXI.
2. Pobreza. Se
Laodiceia de nada tinha falta, Esmirna carecia de tudo. O próprio Senhor
reconhece-lhe a extrema pobreza: “Conheço a tua (...) pobreza” (Ap 2.9). Essa
pobreza, todavia, era rica. Complementa o Cristo: “Mas tu és rico”. Sim, ela
era rica, pois fora comprada por um elevadíssimo preço: o sangue de Jesus (1 Pe
1.18,19).
3. Ataques dos falsos
crentes. Além dos ataques externos, internamente a igreja em Esmirna era
perseguida por falsos crentes a quem o Senhor Jesus desmascara: “Eu sei as tuas
obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem
judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.” (Ap 2.9). O que buscava
essa gente? Corromper a graça de Cristo através de artifícios humanos. Eles
eram tão afoitos na disseminação de suas heresias e modismos, que se desfaziam
em blasfêmias contra o pastor e a sua igreja. Mas na verdade estavam
blasfemando de Cristo. Todavia, não haviam de ir adiante, pois em breve seriam
julgados por aquele que sonda mentes e corações (Ap 2.23).
A Igreja de Cristo,
nestes últimos dias, vem sendo atacada por falsos mestres e doutores.
Disseminando heresias e modismos em nossos redis, fazem comércio dos santos. E
abertamente blasfemam o nosso bom nome. Não irão, porém, adiante; sobre os tais
paira o juízo de Deus.
4. Os crentes em
prisão. Além dessas contrariedades, alguns membros da igreja em Esmirna (talvez
os integrantes do ministério) seriam lançados na prisão, onde uma tribulação de
dez dias aguardava-os (Ap 2.10). Foram eles executados? O que sabemos é que
perseveraram até o fim, pois almejavam receber a coroa da vida.
Não são poucos os
crentes que, neste momento, acham-se presos pelo único crime de professar a fé
em Cristo (Mt 24.9). Nossos irmãos são torturados e executados. Em nossas
orações, não nos esqueçamos dos mártires.
Oremos para que o
nosso país jamais caia sob ideologias totalitárias e tirânicas como o nazismo e
o comunismo.
CONCLUSÃO
Somente os que
conhecem a natureza da segunda morte não temem as angústias da primeira. Esta,
posto que é morte física, termina uma jornada temporal; aquela, ainda que
morte, não morre: inicia um suplício eterno. Eis porque Esmirna sujeitava-se à
primeira, porque temia o dano da segunda. Mas a sua principal motivação não era
o medo da segunda morte e, sim, o amor que tinha por aquele que é a ressurreição
e a vida.
Oremos pela igreja
perseguida e mártir! As catacumbas de Roma não ficaram no passado. Num século
que se diz tolerante e democrático, acham-se catacumbas e covas tanto nas
metrópoles do Oriente quanto nas mégalopoles do Ocidente.
Fonte: www.ebdweb.com.br
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